A DESCOBERTA DO SER – “UM Parênteses na Eternidade” Livro de Joel Goldsmith

Traduzido por Giancarlo Salvagni –  Observações em vermelho  e frases ou palavras grifadas por Jeff Trovão
“E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre”. (Genesis 13:14-15)

Estava falando Deus somente a Abraão? Deus fala apenas para uma determinada pessoa, em um determinado lugar, em um determinado momento? Ou quando a Voz de Deus fala, não fala ao seu Filho, onde quer que o Filho esteja? Você e eu não somos esse Filho? Não é o Pai dizendo para nós “olhe lá fora: tanto quanto você pode ver eu dou a você, porque tudo que Eu tenho é teu”?

Nossos astronautas viram metade do mundo de uma vez só. Eles abarcaram todo este mundo e, por alguns momentos fugazes, o mundo foi deles. Eles o haviam conquistado, mas não só por si mesmos, mas por sete entre todos os cientistas que tornaram possível esse feito – pelo Eu que você é e pelo Eu que eu sou. Nós possuímos todo esse mundo – todo o caminho até a lua. É verdade que ninguém tem um título garantido: é nossa co- propriedade, como co-herdeiros de Deus:

Eu tenho acesso a todas as riquezas celestes; Eu tenho acesso a todo o Princípio Criativo deste mundo. Eu posso olhar para o Infinito, reivindicar tudo e aproveitar o máximo que eu preciso para o meu uso diário.

No modo de vida materialista, é uma coisa natural, humanamente falando, nos orgulharmos de sermos americanos, canadenses, ingleses, alemães ou seja qual for a nacionalidade. Mas o que acontece com aquele materialismo fanfarrão quando descobrimos o nosso Ser, quando descobrimos que todos nós somos irmãos e irmãs, independentemente da bandeira que nos cobre, da cor da nossa pele, ou da igreja a que pertencemos, e então percebemos:

Nunca estou limitado a um país, a uma nação ou a um estado. Eu sou limitado apenas ao Reino de Deus, e lá eu sou do lar de Deus, herdeiro de Deus, e co-herdeiro com todos os seres espirituais de uma grande família, uma grande Fraternidade Espiritual, neste grande e amplo mundo nosso.

Elevar-se acima das limitações do senso pessoal não nos faz cidadãos piores; na verdade, nos torna melhores cidadãos, mas melhores cidadãos porque respeitamos a cidadania de outras pessoas. Real cidadania é viver em comunhão, mas isso não pode ser experimentado até que a natureza da nossa Verdadeira Identidade seja entendida. Se somos judeus ou gregos, escravos ou livres, somos todos de um mesmo lar espiritual.

Nada pode estabelecer a Paz permanente no coração de um indivíduo, exceto a entrada naquele Coração do Cristo, o Espírito de Deus. Assim como a Paz é estabelecida no coração do indivíduo, finalmente será também estabelecida no mundo, uma Paz que vem não pelo conhecimento do homem, nem pela sabedoria ou poder do homem, mas pelo Espírito de Deus operando como a Consciência do homem.

Este Espírito que Deus plantou no meio de cada um de nós parece estar ausente por causa de nossa ignorância de sua Presença, mas quando nos tornamos conscientes desta Presença Invisível e Transcendental como nosso Ser, nesse momento, ela começa a agir em nossa experiência. Nós então nos tornamos algo mais do que criaturas sentenciadas a ganhar a nossa vida pelo suor do nosso rosto, ou A dar à luz filhos com dores e sofrimento. Não mais somos separados de Deus.

Como poderia o Filho de Deus ter outro poder além de ser o Filho de Deus? É possível que Deus perca seu Filho, ou então perder seu poder porque Ele permitiu a um de seus filhos sair de casa? Deus nunca perdeu seu domínio sobre o Reino Espiritual, e o homem espiritual nunca deixou a casa de seu Pai. Assim como não há homem caído, no sentido do homem de Deus cair em um estado da mortalidade, então é igualmente impossível que a mortalidade se eleve como imortalidade, tornando-se Filho de Deus.

Conhecer nossa Verdadeira Identidade destrói o sentido mortal da existência que nos mantém em terra. A vida terrena! Alguns de nós podem se lembrar de como nossas cidades e vilas pareciam antes de haver automóveis nas ruas e aviões zumbindo acima. Quão terrenos nós estávamos! Quão limitados nós estávamos ao pequeno enredo do chão onde vivíamos! Mesmo o nosso trabalho tinha que ser próximo, por causa das limitações das primeiras formas de transporte.

A primeira libertação dessa limitação veio com o automóvel, que tornou possível viajar até vinte, trinta ou quarenta milhas em um único dia. Com isso, nossa visão aumentou e nosso conhecimento cresceu, porque podíamos acessar um maior território, conhecer mais pessoas e entrar em contato com áreas mais amplas da vida. E como a vida é diferente agora, quando viajamos facilmente e confortavelmente quinhentas ou seiscentas milhas por dia em um automóvel! E quase simultaneamente com a maior mobilidade do automóvel, surgiu o avião, que nos elevou completamente acima da terra, e fez das nossas viagens e nossa experiência quase ilimitadas. Nós então não éramos mais tão aterrados. Entrávamos em uma nova dimensão da vida.

Mas aqueles que experimentaram o ilimitado do Espírito foram muito mais além da nova dimensão do automóvel e do avião, em uma dimensão da vida incrivelmente maior e mais ampla. Assim como os homens eram limitados pelos meios existentes de transporte nos dias antigos, assim nós terrestres também somos pela crença em um ser limitado, uma vida limitada e uma mente limitada. O processo de abandonar essa crença é exatamente o mesmo que o processo de abandonar nosso senso de limitação no que dizia respeito às viagens pelo mar, de automóvel ou avião. Requer subir a um nível mais alto de compreensão, reconhecendo as leis do Espírito, deixando a sensação de mortalidade desaparecer.

O Reino de Deus é e sempre foi perfeito. O que é chamada de existência mortal não só não é parte do Reino de Deus, mas não pode nem mesmo evoluir para o Reino de Deus. O sentido mortal da criação não tem parte em Deus, nunca teve e nem pode retornar a Deus. A Sabedoria Mística não ensina que um mortal pode tornar-se imortal, mas sim que ele deve “morrer diariamente” e renascer do Espírito, isto é, ele deve despertar para a consciência de sua Verdadeira Identidade, e assim como deve abandonar qualquer ilusão, ele deve também abandonar de uma vez por todas a crença de que ele é um homem decaído.

Quando estamos despidos da mortalidade e vestidos com a imortalidade, não existe homem decaído: existe apenas o homem original e perfeito, o homem de identidade espiritual, que é agora e sempre foi intacto, assim como uma criança tirada de uma família de riqueza e cultura e educada na pobreza, possivelmente em pecado, doença e ignorância, ainda é a criança com a mesma identidade e potencialidade originais ao nascer. Ela foi apenas vestida com uma identidade ilusória, mas seu nome, identidade, riqueza e todas as outras coisas que lhe pertenciam no nascimento poderiam ser restauradas em qualquer momento. Esta criança não sofreu queda: ela é a mesma criança que era no nascimento. Todas as experiências que ela passou foram apenas impostas a ela, mas sua herança original e identidade são o que eram desde o começo.

Em última análise, todos nós vamos descobrir que a nossa Verdadeira Identidade é o Cristo, e embora possamos ter sido educados como Jones, Brown ou Smith, nosso nome real – nossa identidade e nossa potencialidade – é Cristo, a Descendência Espiritual de Deus. No momento em que esta Verdade for-nos revelada, tudo o que nos foi imposto pela crença humana será descartado; e assim que começarmos a perceber nossa Verdadeira Natureza e Identidade, não vai demorar muito para nos acostumarmos com a atmosfera do Espírito, que é o nosso lugar de permanência original.

Pouco a pouco, conforme prosseguimos no Caminho Espiritual, percebemos que nossa verdadeira Herança e Identidade estão em Deus, e que somos do lar de Deus, vivendo em comunhão com os Filhos de Deus: nós começamos a perder o orgulho de nosso nome de família e herança, e, internamente, podemos assumir um novo nome, indicando que chegamos ao lugar onde nos identificamos com nossa Fonte. Agora, quando dizemos “Eu”, entendemos não estarmos falando de um amontoado de carne, de uma pele branca ou preta, ou de características ocidentais ou orientais. Agora estamos nos identificando com nossa Fonte, que é Deus, o Princípio Criativo do nosso Ser.

Enquanto vivíamos a vida materialista, dependíamos de parentes, amigos, pais, marido, esposa, filhos, empregador, negócio, investimentos e, no final, da previdência social. Que triste que o homem criado por Deus, mantido por Deus e sustentado por Deus estaria ansioso para viver com alguma ninharia entregue a ele perto do fim de seus dias – especialmente à luz da verdade de que ele é um herdeiro de Deus. Um herdeiro de Deus, pensando em termos de ninharias!

Temos que fazer uma transição do conceito materialista, que acredita que devemos ganhar a vida com o suor do nosso rosto ou sermos dependentes de alguém que está fazendo isso por nós. Nós temos que sair disso e afastarmo-nos da crença ateísta de que não temos contato com o Infinito, com a nossa Fonte. Vamos, neste mesmo momento, acabar com a crença de ser aquele homem caído que, de alguma forma ou de outra, tem que lutar para voltar ao Reino de Deus; e vamos perceber aqui e agora:

Eu e o Pai Somos Um.

O Pai é Espírito e eu sou a Descendência desse Espírito, portanto Eu Sou Espiritual.

Eu sou do Lar de Deus, estou sob o Domínio de Deus, sou “co-herdeiro de toda a riqueza celestial”, em virtude do Espírito de Deus que habita em mim.

Deus nunca removeu o Seu Espírito de mim, e certamente nenhum homem tem o poder de desfazer a obra de Deus.

O Espírito de Deus que habitou em mim no Princípio tem que ser o Espírito de Deus que habita em mim Agora, aguardando primeiro o Reconhecimento, então a Consciência e, finalmente, a Realização.

Dentro de nós, algo deve cantar que isso é verdade, ou então estaremos na posição insustentável de ter que reconhecer que Deus não seria onipotente, que Deus permitiu que Seu Filho caísse, que Deus tornou possível o fracasso do homem em viver, se mover e ter seu ser em Deus, ou que Deus provocou sua queda. Como podemos atribuir tais coisas a Deus? Como podemos acreditar que existe um Deus capaz de perder um Filho – até mesmo um Filho dentre todos os bilhões de Filhos que foram manifestados como forma? Como poderíamos confiar em tal Deus ou ter fé na infinita capacidade de Deus, se nós acreditássemos que um Filho de Deus poderia se perder fora do Reino, ou que um único Filho de Deus que fosse poderia se perder com ou sem o conhecimento de Deus? Se Deus é Onisciente – e Deus é – então ninguém sai do Reino do Céu sem que Deus saiba disso, nem mesmo um pardal.

Nós nunca deixamos o Reino de Deus: nunca saímos de jurisdição e do governo de Deus; nós nunca estivemos sob uma lei, senão a Lei de Deus, e nunca vivemos qualquer vida, senão a Vida de Deus. A Vida de Deus é a Vida de todos os seres, e nunca houve nenhuma outra.

Se o homem aceitou a crença de limitação na forma, confinado à terra, incapaz de viajar na água ou no ar, ou de ser capaz de viajar não mais que algumas milhas num dia, entendamos que todas essas limitações não são, e nunca foram, limitações reais: elas parecem reais, mas isso é devido à ignorância do homem das leis dessas atividades. Essas leis sempre estiveram disponíveis e, a qualquer momento, o conhecimento e aplicação delas permitiria-lhe colocar-se acima de sua escravidão na terra. Elas tornariam-se práticas em sua experiência, mas, no entanto, somente quando ele fosse capaz de se abrir para receber a Sabedoria que está além do visível.

(Vale à pena exaltar o fato que no mundo contemporâneo vivenciamos situações e disponibilizamos “coisas” que o homem que viveu já duzentos anos atrás não entenderia, atribuiria isto como milagres ou algum tipo de magia, e mesmo que alguém tentasse explicar algo neste sentido, tal homem teria muita dificuldade para compreender de fato)

E assim nós entramos na Quarta Dimensão da Vida, percebendo que não precisamos estar ligados à Terra. Somos mundanamente limitados ao mundo tridimensional, mas isso é apenas um sentido de limitação que nos foi imposto, por causa de nossa ignorância da Consciência Transcendental que é nossa herança. É nosso direito de nascença, e é nosso Agora, porque o Reino de Deus não pode ser restrito ou limitado, e nem permanecer oculto para sempre. Nós não temos que lutar por nosso caminho de volta para Deus.

Nós não temos que encontrar Deus: nós temos apenas que abrir nossa Consciência, na certeza de que Deus nunca irá nos perder. Como pode Deus perder o seu Eu? Seu Ser é o nosso Ser, porque há apenas um Eu. O seu Ser é o Ser Incondicionado. E assim também é o meu Ser. Isto é totalmente espiritual. Isto é, na verdade, o próprio Espírito, que não tem raça, nem nacionalidade ou religião. Este “Eu”, seu e meu, coexiste com Deus, coexistiu com Deus no Ser que Deus é – sem começo e sem fim – e este Ser tem conhecido expressão individual durante todo o tempo.

Você é esse Ser e eu sou esse Ser, vivendo como uma encarnação de Deus; e o Ser permanece eterno nos céus, intocável, sem ser afetado pelas circunstâncias em que nos encontramos. Com o nascimento, entretanto, surgiu em torno do Ser uma sensação de identidade humana e, desde o momento da concepção, ela começa a ser identificada com o ambiente. O próprio Ser, o Si Mesmo, o Ser que você é e que eu sou, é incondicionado e, portanto, com a real percepção de toda nossa experiência de vida anterior, torna-se possível conhecer a Liberdade Incondicionada do Ser, para sermos total e completamente livres de teorias e doutrinas nacionalistas, raciais e religiosas, assim como de todas as inibições ou condicionamentos.


Aceitar intelectualmente a verdade de que somos o Ser Incondicionado é uma coisa, mas experimentá-lo em alguma medida é outra coisa, e experimentá-lo em sua plenitude é ainda outra completamente diferente. Um passo para levar à Realização do Eu Absoluto e Incondicionado é experimentar o Ser como foi vivido em suas encarnações anteriores, ou pelo menos em algumas delas, para que se torne possível viver livre de circunstâncias imediatas, ou livres das circunstâncias da presente encarnação.

Quando eu pude me ver como um americano, como hebreu de dois mil anos atrás, como um árabe, ou como um chinês, foi uma simples questão de ver as armadilhas que se ligaram a mim em cada uma dessas encarnações, e perceber que o “Eu” nunca veio até o nível dessas armadilhas ou condicionamentos, mas permaneceu, como sempre é e será, o Ser. Então, e só então, eu tive a experiência definitiva de perceber o Eu Absoluto Incondicionado. E nisso, sem dúvida, eu pude ver ser possível ter sido homem ou mulher, branco ou preto, ocidental ou oriental; e embora o “Eu” que eu sou nunca tenha sido nenhum desses, contudo, atraiu para si todos esses, conforme a necessidade foi estabelecida para a experiência particular, em cada vez específica.

Essa percepção do nosso Ser nos permite nos libertarmos da encarnação presente ou até permanecer nela, mas sem ser dela ou condicionada por ela, e sim para viver para sempre como o Ser. Nesta percepção, nós nos tornamos o “Eu” universal, ou o Ser de todos os outros, mais especialmente daqueles com quem entramos em contato.

Separado do nosso próximo, não há Deus para adorar, nenhum Deus para amar e nem Deus para servir. Nós amamos a Deus somente como nós amamos ao nosso próximo; estamos adorando a Deus somente quando estamos servindo ao nosso companheiro.

Quando Jesus ensinou: “Quem me vê, vê aquele que me enviou”, quando ele se referiu ao seu Pai e meu Pai, ele estava dizendo ser o único Filho de Deus, ou ele falava de uma relação universal? Existe algum Deus separado do homem? Deus não se manifestou e revelou a Si Mesmo na terra como homem, e quando olhamos um para o outro não estamos vendo o Pai que nos criou, você e eu, e nos enviou como expressão? E desde que você e seu Pai são Um, ao servi-lo, estou servindo a meu Pai; amando-o, estou amando a meu Pai.

Não há Deus no céu, nem embaixo, na terra ou no mar. “O Reino de Deus está dentro de você”. Se quisermos descobrir esse Reino, portanto, teremos que procurar dentro de nós, pois é aí onde ele está; e se quisermos mostrar nosso amor por Deus, teremos que expressar amor uns aos outros, porque é aí que vamos encontrar o Deus para amar. Se queremos servir a Deus, é melhor que saibamos servir uns aos outros, porque só assim podemos servir ao Pai que nos enviou, você e eu, como expressão.

Cada pedaço de amor que expressamos é um amor que nos é expresso. Quando expressamos Amor Impessoal aos oprimidos e pessoas abandonadas do mundo, estamos realmente expressando amor a nós mesmos, porque o Ser desses outros é o Ser de nós mesmos. Este é o Caminho: existe apenas um Eu. Eu sou esse Eu; e eu sou esse mesmo Eu se eu estou aparecendo como você. Eu sou esse Eu, mesmo quando estou aparecendo como o mendigo ou o ladrão. Não fica mais fácil, então, perdoar, saber que estou me perdoando, que estou perdoando minha própria ignorância, mesmo quando
ela aparece como outra pessoa?

“O Amor é o cumprimento da Lei”. Portanto, o Amor é o Caminho, e isso significa o Amor que eu expresso, pois Eu sou o Caminho. Devo expressar Amor, Perdão e Paciência; Devo rezar para que a Luz na Terra seja revelada até mesmo na consciência mais sombria. Devo fazer aos outros o que gostaria que outros fizessem a mim, porque o Eu de mim é o Eu do outro: somos Um. O Eu de mim é o seu Eu, porque existe apenas um Eu, e este Eu é Deus. Isso é Unidade, isso é Filiação Divina. O Caminho Espiritual da Vida é um reconhecimento da Unicidade, da Filiação.

O Caminho traz o reconhecimento de que o Eu em mim e o Eu em você é Um e mesmo Eu. O EU SOU que Eu Sou é o EU SOU que você é, porque esse é o EU SOU que Deus é, e Deus é o EU SOU em você e o EU SOU em mim. Portanto, o reconhecimento do EU SOU é o Caminho.

É alguma medida dessa percepção que nos permite viver como Eu sendo você e você sendo o Eu que eu sou; portanto, Somos Um, e desde que tudo o que o Pai tem pertence a mim, tudo o que eu tenho também é seu. Este é um Estado de Consciência que é um passo além de fazer aos outros o que gostaria que outros fizessem a nós, porque reconhece o Ser de nós no Ser do outro e, portanto, tudo o que fazemos é sempre feito para o Ser que somos.

Não há limites no Relacionamento Espiritual, pois há somente um EU SOU, e esse EU SOU é universal, manifesto individualmente e expresso como todo indivíduo, passado, presente e futuro. EU SOU é o Caminho, e quanto mais nós permanecemos na lembrança de nossa Verdadeira Identidade, tanto mais nos aproximamos do Caminho.

“Eu Sou” é Unidade, é Filiação Divina, e por causa dessa Filiação, nós temos um relacionamento espiritual de fraternidade baseado no entendimento da nossa Unidade com a nossa Fonte. O Caminho é a Unidade; o Caminho é o Amor; o Caminho é reconhecimento da nossa Verdadeira Identidade como o Filho de Deus; o Caminho é o reconhecimento da Natureza de Deus e da Natureza do Filho.


O objetivo do Misticismo é alcançar a realização do ser como o “Ser”, de modo que a vida seja uma experiência contínua do Ser, só baixando para o sentido pessoal de ser quando há o propósito de algum trabalho imediato a ser feito. A obtenção do Estado Místico é, naturalmente, a Ascensão para além do sentido pessoal da vida, na experiência da vida vivida como o Universal e o Divino.

EU SOU é o Caminho. EU SOU é a Vida em mim e a Vida em você. EU SOU é a Imortalidade em mim e a Imortalidade em você. EU SOU é a Graça Divina pela qual vivemos. E esta é a base de todo o Misticismo.