Traduzido por Giancarlo Salvagni – Observações em vermelho e frases ou palavras grifadas por Jeff Trovão
A busca por Deus deve ser conduzida para dentro, mas isso não significa dentro de nosso corpo, porque nenhuma sondagem física ou mental jamais revelou o Reino de Deus no corpo de qualquer pessoa.
Portanto, podemos rapidamente rejeitar qualquer ideia de buscá-lo na medula espinhal, no estômago, no coração ou mesmo no cérebro. O Reino deve ser encontrado dentro – dentro de nós.
Isso nos leva às questões: Quem somos? O que somos? Onde estamos? Muito de nós já sabem que não estamos confinados em nosso corpo, e uma vez que sabemos disso, demos um enorme salto adiante no Caminho Espiritual, porque, se estamos convencidos de que não estamos no corpo, não deveria demorar muito e nem exigir muita reflexão para estabelecer a verdade de que, para estarmos fora do corpo e sermos invisíveis, devemos ser incorpóreos e espirituais, alguma outra coisa que não o corpo. Então, quando buscamos o Deus dentro, não o buscamos dentro do corpo, nem mesmo da mente: estamos buscando dentro de nós mesmos.
Compreender a natureza da vida como Consciência revela como é possível o Reino de Deus estar dentro de nós, dentro de nossa Consciência, dentro da parte que conhece, mas não dentro de alguma parte do corpo em particular. A Consciência, somente, constitui o Ser. Quando percebemos a nós mesmos como Consciência e podemos olhar nosso corpo no espelho a agradecer a Deus que não estamos nele, agradecer a Deus que temos um corpo, mas não estamos no corpo – somos invisíveis – começamos a entender os maiores ensinamentos do Mestre, que são o “abre-te sésamo” do progresso no Caminho Espiritual. “A ninguém chameis de Pai sobre a terra, pois um só é vosso Pai, que está nos céus”.
Como pode o filho desse Pai ser outro senão o Ser Espiritual, entidade e identidade espiritual, incorpóreo e invisível? A verdade é que nosso Verdadeiro Ser nunca é visto por ninguém, ele é completamente invisível.
É verdade que nosso corpo é visível, mas nós não somos. Estamos ocultos com o Pai.
A Identidade Espiritual do nosso Ser é Melquisedeque, o homem que nunca nasceu, nunca pode morrer e é sempre invisível.
Eu sou Melquisedeque (“rei da justiça”, “rei da paz). Eu sou Ele que nunca nasceu e nunca morrerá, mantido e sustentado pelo Ser. Eu sou a descendência de Deus, o próprio Deus jorrando como manifestação e expressão, Deus Ele Mesmo aparecendo como Ser Individual e como Identidade Individual.
Ninguém jamais viu Melquisideque – não com olhos. Ninguém viu você e nem me viu. Você e eu podemos ver as formas que aparecem, mas não podemos ver a Realidade, porque ela é invisível. Nós simplesmente vemos uma forma, tão grande ou tão pequena, e quem sabe, daqui a dez anos, que tamanho terá ou onde estará, e isso não fará diferença, porque isso não será o Eu que você é e nem o Eu que eu sou.
Assim, olhamos para o espelho com um novo tipo de visão: agora sei que não estou dentro dessa forma: Eu sou o que governa essa forma, Eu sou o que se move e que é identificado pela forma, mas Eu não sou essa forma. Estou no coração do Pai, e o Pai está em mim; estamos ambos no céu, ambos espirituais. Deus, o Pai, e Deus, o Filho, são Um, e esse Um permanece como Eterna Identidade Espiritual, essa parte de nós que nunca nasceu e jamais morrerá. “Nem a morte e nem a vida nos separará do Amor de Deus”. Há um Ser que é inseparável do Amor e da Vida de Deus, e quando descobrimos esse Ser, encontramos Deus, com o qual somos Um: Uma Vida, Um Amor, Uma Substância,Um Ser.
O materialista não pode perceber isso: ele olha no espelho e diz “esse sou eu”, mas no Caminho Espiritual, buscamos a nós mesmos no corpo, dos pés à cabeça, e chegamos à conclusão: “aí Eu não estou”!
Se formos honestos, teremos que admitir que ninguém nos conhece, exceto nós mesmos, e talvez mais de 99% de nós não compreende ou conhece nem a si mesmo. Há uma área desconhecida de nosso Ser, mesmo para mãe, marido ou esposa. É um lugar secreto em nós, nossa Verdadeira e RealI, que ninguém pode perceber ou compreender, e que mantemos oculta do mundo. Essa parte de nós é o Eu, o Eu que é a Identidade Individual, o Eu que tem que ter existido antes da concepção, antes que fosse uma forma na qual se manifestar, e é o Eu que continuará a existir depois que Eu deixar essa forma. Isso não significa que Eu serei sem forma: a forma que eu serei provavelmente terá natureza e textura diferentes. É somente esse conceito particular de forma que será superado e desaparecerá. Mas Eu, Eu permanecerei para sempre.
E isso significa reencarnação? Em muitos casos sim, porque se nascemos uma vez neste plano em particular, não há razão para duvidar que poderíamos nascer mais uma dúzia de vezes nele, se houver uma razão válida para repetir a experiência. As questões que precisam de resposta de cada um de nós são: por que eu escolhi vir para cá? Por que eu fui enviado aqui? A resposta depende do nosso ponto de vista. Fomos enviados em expressão para cá? Escolhemos entrar em expressão, ou simplesmente viemos? Você só pode responder isso por si mesmo. Se, à luz da minha experiência, eu lhe disser que estou convencido de que é verdade que fomos enviados com um propósito específico, e que esse propósito está sendo trabalhado, não há meio de transmitir isso a você para que você possa acreditar. Você decide se chega à convicção dentro de si mesmo, onde pode receber esclarecimento sobre isso.
Minha convicção pessoal sobre a verdade disso é o resultado de minha experiência de vida particular, e mesmo agora, que tento comparar minha vida anterior aqui neste plano com a que eu vivo agora, surgem as questões: como pôde isso acontecer? O que pôde fazer isso acontecer? Como pode alguém viver vidas tão completamente diferentes e ser pessoas tão diferentes numa mesma continuidade? Então, retrocedendo, pergunto: isso é mesmo verdade? Não sou eu agora a pessoa que sempre fui, mas incapaz de mostrar isso externamente, o que fui internamente, porque eu não sabia acessar isso? Não é por isso que eu sempre esperei? Não é isso que sempre pressenti, mas não podia romper padrões?
Posso me lembrar do dia em que, como rapazinho, minha mãe disse: “eu sei o que há de errado com você, Joel. Você está procurando por Deus”. “Ora, mãe, como pode dizer isto? Eu nem mesmo sei se há um Deus”. “Ah, mas eu sei. Você está procurando por Deus”.
Certamente, eu estava. E toda a vida hoje mostra os frutos disso. Eu entrei neste mundo procurando por Deus, mas ninguém acreditaria nisso, julgando pelos meus primeiros 38 anos. Essa ansiedade estava trancada dentro de mim, eu não ousaria dizer isso a ninguém, embora quando eu tinha 19 anos, consegui responder à minha mãe: “eu descbri que você está certa. Há um Deus, mas eu não posso encontrá-lo. Não importa com quem eu fale, todos parecem não conhecê-lo”. E ela disse: “bem, não pare, e quando você o encontrar, venha e me diga” – e eu espero estar dizendo a ela.
Esse é o único jeito que eu sei que eu sou o mesmo eu que eu era quando vim para este mundo, o eu que nasceu no nível de busca da realização de Deus, e eu tive que sair da concha e buscar por mim mesmo.
Eu não posso provar isso a você. Você tem que aceitar minha palavra ou duvidar, até que tenha uma experiência por si próprio que lhe mostre que esse Eu que você é tem consciência, desde que nasceu, de que realmente existiu, antes de você vir para esta experiência. Pela Graça Divina, me foram mostradas outras vidas que eu vivi, então eu sei que estive antes aqui, e também sei de algumas experiências que tive aqui.
Qualquer um de nós, em algum ponto do passado, em alguma forma anterior de evolução, foi o homem animal, o homem mental, e foi sendo preparado para entrar neste estado particular, evoluindo em alguma medida para o homem espiritual. Tudo isso leva muito tempo, embora não seja uma questão de tempo: é uma questão de evolução que, na nossa experiência, aparece como tempo. Tudo isso por comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, na experiência conhecida como Jardim do Éden, que resultou num falso estado de consciência que chamamos de humanidade, e nesse estado de humanidade, não somente precisamos uns dos outros, mas precisamos de coisas, precisamos de dinheiro, precisamos disso e daquilo. Toda a experiência humana se dirige a conseguir coisas.
Há o homem puramente animal, que sai atrás do que quer com martelo e tenazes, usando total força física do seu corpo ou armas materiais. Também há o homem que quer as coisas com sua mente, e embora a maioria das pessoas seja honesta e tente conquistar o que quer, quando as coisas não vêm facilmente, muitas vezes aplicam truques para conseguirem o que querem legalmente, mas sem preocupação nenhuma com a ética; e se isso não funcionar, podem agir fora da lei, e até roubar e matar pelo que querem. Numa escala maior, o homem recorre a uma forma de assassinato “legalizado”, chamado guerra.
Eventualmente, talvez depois de muitas vidas, o homem que dependeu de sua força física e de seu esforço mental eleva-se ao status de homem espiritual, e aí está a história do desenvolvimento da Consciência.
Se você vai ou não nascer novamente depende desta questão: haverá uma razão para isso? Houve uma razão para eu nascer da última vez. Foi porque eu não tinha feito o contato com Deus; o “Eu” não tinha vencido as barreiras, então tomei esta experiência para sair da concha. Quantas lições mais por aprender, somente posso saber no contexto de uma experiência de vida, e se haverá a necessidade de nascer novamente, dependerá de haver a necessidade de um determinado serviço que eu tenha a oferecer na Terra. Se há, reencarnarei. E você também. Foi a sua Consciência em desenvolvimento que o trouxe a esta fase particular de experiência, suficientemente adequada para abri-lo para uma abordagem espiritual da vida. Você viveu no plano animal; você viveu no plano mental, e agora se aproxima do plano espiritual. Mas não esqueçamos que, durante todo o tempo, permanecem traços do animal em cada um de nós, assim como do mental, mas por agora, a maioria de nós está destinada ao Caminho Espiritual (embora não pareça).
Cada um formou para si mesmo um corpo, um lar no qual se educa, e uma atividade para operar, a serviço de desenvolver a Consciência, ao ponto de reconhecer a realização. Toda exepriência de nossa infância, tanto as boas quanto as ruins, e toda nossa experiência no trabalho e na vida familiar foram necessárias para nos trazer a este desenvolvimento. Nós sempre estivemos funcionando no nível particular necessário para o nosso desenvolvimento espiritual, porque o propósito de nossa estada aqui é nos desenvolvermos espiritualmente, mudando de experiência em experiência, até que o Eu que nós somos se estabeleça em toda sua pureza e plenitude.
O Eu não é nem masculino e nem feminino: o Eu é o Eu. O Eu não é preso e nem livre. O Eu é a Identidade Universal, Suprema, Divina eV de todos nós, a despeito de qualquer forma assumida nesta encarnação.
Devemos aprender a viver com este Eu no meio de nós, aprender a procurá-lo por inspiração. Se precisamos de uma ideia para um livro ou uma pintura, para um trabalho ou uma lei, seja lá o que for, o Eu abrange tudo. Então, se for necessário encontrar um livro, um professor, um editor ou qualquer outra coisa, quando nos voltarmos para dentro, o Eu aparecerá externamente como a forma necessária para a nossa expansão naquele momento.
Nós nunca descartamos nossa forma – mas nosso conceito de forma sim. Nós descartamos um conceito assim de quando tínhamos 3 anos de idade, outro de quando tínhamos 13 anos, outro com 21, e ainda outro com 40. Continuamos descartando esses conceitos de forma, mas o Eu continua para sempre, e o Eu sempre tem forma; o Eu está sempre incorporado em forma. O Eu nunca pode perder Sua forma, assim como eu não posso perder minha identidade.
Minha Verdadeira Identidade nunca nasceu e nunca morrerá. Ela estava presente quando fui concebido no ventre de minha mãe, e testemunhará minha passagem desta cena, e também quando parece permanecer aqui, conforme eu sigo adiante, progredindo. Esse é o Eu em mim que nasceu, o Eu em mim quando eu era criança, o Eu em mim da maturidade, o Eu que eu sou, conforme prossigo me caminho. Eu, imaculadamente concebido, auto-criado (pelo Ser), mantido e sustentado pelo Ser, Infinito, Individual, Eterno e Imortal.
Esta é minha Verdadeira Identidade e este é o Eu que agora olha através de meus olhos. Esse é o Eu em mim que agora é professor e curador, mas é o mesmo Eu de quando era vendedor de mercadorias. Este Eu é o mesmo Eu que eu era, quando estava na escola. O mesmo Eu que se manteve observando esses diferentes estágios do meu desenvolvimento, mas que não poderia operar mais rápido do que Joel poderia assimilar. Este é o Eu em mim, o Eu em você. Este é o Eu no amigo ou no inimigo.
Todos aqueles que põem a mão no arado devem se determinar a não voltar atrás – jamais. A mulher de Ló voltou-se para trás, olhou para trás, distante de Deus, e então estava perdida. O caminho é reto e estreito, e poucos entrarão, e esses poucos o alcançarão. E quando alcançarem, o que é que terão alcançado? O conhecimento de que “Eu entre vós sou poderoso”, a percepção de que “Eu tenho estado contigo desde antes de Abraão”, e esse Eu jamais os deixará, nem os abandonará.
Eu no meio de mim alimenta-me, veste-me e dá-me um lar. Eu dentro de mim jamais fui limitado. Eu dentro de mim tem me sustentado com todo o necessário, pois Eu não sou dependente do “homem com o fôlego nas narinas”.
Eu no meio de mim não dá a conhecer a Si Mesmo, mas permanece em silêncio, em segredo, sagrado, habitando em Deus; e juntos, somos dois que Somos Um, caminhando pela terra.
Eu dentro de mim é o Filho Espiritual de Deus, o Cristo, Melquisedeque – Aquele que nunca nasceu e nunca morrerá, e que é e sempre será invisível. Eu Sou a Presença Invisível dentro de mim, que vai na minha frente para abrir caminho; Eu Sou a Presença Invisível que anda ao meu lado, me protegendo, e anda atrás de mim, me guardando.
Eu sou a Vida dos meus amigos, Eu sou a Vida dos meus inimigos: nós somos Um, embora cada um com uma expressão individual – Um em Essência Infinita, mas em forma e modos individuais de expressão. Eu Sou o autor em um, o compositor em outro, o curador, o pastor, o pintor, o poeta em outro ainda. Eu Sou a inspiração em minha vida e a inspiração para qualquer um que a busca. Eu posso fechar meus olhos a qualquer hora do dia ou da noite e voltar-me para o Infinito Invisível, para o Eu dentro de mim, e receber nova iluminação, nova luz, nova saúde e nova força.
Interiormente e silenciosamente, diga a palavra Eu, gentilmente, suavemente – Eu, significando seu Ser, sua Verdadeira Identidade. Feche seus olhos a toda aparência externa e, dentro do Santuário Interior, sozinho com Deus, ouça a Voz de Deus dirigindo- se a você:
Eu te digo: filho, para de depender do homem. Eu estou aqui, no meio de ti – este Eu que declaraste. Olha para Mim, escuta-Me, o Eu do teu Ser, e serás salvo. Não procura por efeitos, nem por pessoas, não procura por fama, honrarias ou fortuna. Olha para Mim, Eu, dentro de ti, sou teu pão, tua vida. Não necessitas ganhar teu pão pelo suor de teu rosto. Trabalha, mas desfruta do teu trabalho, ama teu trabalho, mas nunca te sintas dependente dele para viver, pois Eu estou vivendo em ti, Eu sou tua vida.
Eu sou teu Ser. Eu permaneço como a Árvore da Vida, no meio do jardim que é o teu Ser. Eu no meio de ti sou poderoso. Mesmo teu corpo é o Templo do Deus Vivo, que sou Eu. Teu corpo, tua mente, tua alma: todos dedicados a Mim, e eu os ordenei. Eu te dei tua mente e teu corpo. Eu sou a Substância do teu corpo. Eu sou quem faz teu coração bater e governo cada órgão e função de teu corpo; deixa, pois, que ele controle a si mesmo. Eu te fiz segundo Minha imagem e semelhança, da Minha Substância. Eu te conhecia antes de seres concebido no ventre de tua mãe, ali Eu formei teu corpo. Eu nunca te deixei, nunca te abandonei.
Muitas vezes me deixaste. Muitas vezes fizestes falsos deuses, deuses de ouro e prata, deuses de pílulas, pós e emplastros, e os procurou por saúde e alegria. Procuraste exteriormente por prazeres, satisfação e paz, e ainda assim Eu sou o vinho da inspiração. Busca a mim, porque, encontrando-me, estarás em Paz.
Acaso fala a criatura com seu Criador? Fala o barro com o oleiro? Não! Eu sou o oleiro, Eu sou o Criador, e toda a Criação escuta a Mim. Os céus declaram a minha Glória, a terra mostra Minhas obras. Sabes que te dei Domínio sobre tudo na terra, no céu, nas águas e profundezas abissais?
Eu sou o Caminho: vive no Meu Caminho. Não vivas nos caminhos do mundo, não vivas no caminho da forma – mesmo que pareça uma forma tão poderosa quanto uma bomba de hidrogênio. Eu sou tua torre mais alta, Eu sou tua fortaleza. Oculta-te em Mim, abriga- te no entendimento de que só existe Um Poder, que sou Eu. Olha para mim e serás salvo – não pela força, não pelo poder. Baixa tua espada! Aqueles que vivem pela espada, física ou mental, morrerão. Vive por Meu Espírito – não pela força, não pelo poder, mas por Meu Espírito.
Permanece em mim, deixa-Me permanecer em ti. Se permaneceres em Mim e deixares que Eu permaneça em ti, se viveres no reconhecimento de que Eu, no meio de ti, sou tua Verdadeira Identidade, tua Vida Eterna, atrairei para ti tudo o que te for necessário para um desenvolvimento harmonioso, seja pessoa, lugar ou coisa.
Vai no Santuário Interior do teu Ser e aquieta-te. Não ores em público, não digas aos homens do que precisas, não digas aos homens o que gostarias de ser, e nem digas o que gostarias de fazer.
Vive em Mim! Deixa-me viver em ti, deixa-me ser a Invisível Presença que vai adiante e prepara o caminho para ti. Deixa-me ir na tua frente silenciosamente, como o que é sagrado e secreto.
Não fiques impaciente se levares um tempo para voltar para casa. Já te envolveste com pessoas e situações que não podes deixar subitamente. Tens que te afastar disso tudo, mas sem injúrias à vida, ao bem-estar ou ao conforto de outros. Não podes ter tua vida e teu bem-estar às custas dos outros. Não é essa a lei. “Ama a teu próximo como a ti mesmo”, essa é a lei, e essa podes cumprir, se olhares para Mim, se entenderes que Eu estou dentro de ti e sustento meu próprio Ser.
Não fiques impaciente se tudo parece demorar. Eu te guiarei por um caminho que não conheces, e nem sempre te parecerá um caminho curto, nem sempre será um caminho sem uns poucos passos sangrentos ou mesmo uma cruz, mas, mesmo assim, Eu estou te guiando por este mundo de ilusão, de volta à casa de teu Pai, que sou Eu.
Eu tenho carne – tem certeza disto. “Eu tenho carne para comer que não conheces”. Não deixes tua mente vagar, especulando como conseguirás uma casa, companhia, sustento ou saúde. Tem certeza de que eu tenho carne. Eu tenho carne, vinho e água. Descansa e permite que isso venha a ti.
Não tentes atrair suprimento – nem mentalmente, nem fisicamente. Apenas faz teu trabalho de cada dia, o trabalho que te foi dado fazer. Faz do melhor modo que sabes fazer, mas não faz isso para viver; faz isso por amor. Deixa que o viver te seja a coisa acrescentada. Eu, teu Pai que está nos céus, Eu, que estou no meio de ti, Eu sei das tuas necessidades antes mesmo de ti. É de meu agrado dar-te o Reino, se habitares em mim e permitires que minha Palavra habite em ti.
Vive em mim, vive na percepção de que o Eu, dentro de ti, é Deus, que Eu, no meio de ti, é ordenado por Deus, pois Deus é tanto o Pai quanto o Filho, Deus é tanto o dom quando o doador. Confia neste Eu, no Centro de teu Ser. Confia a Mim teus desejos secretos, mas que eles não almejem pessoas, lugares ou coisas. Teus desejos devem ser descansar em Mim, paz em Mim, satisfação plena em Mim, alegria em Mim.
Congrega comigo em teu Sacrário Interior, pois Eu, dentro de ti, sou tua Vida. Eu sou Aquilo que prospera em ti, que atrai tudo que te é necessário para tua expansão e desenvolvimento espiritual.
Se enfrentares 40 anos de adversidade, até que possas entrar na Terra Prometida, sê paciente, sê paciente. Criaste essa adversidade através da qual deves ser guiado. Se houver a experiência da cruz, aceita-a. Trouxeste a ti mesmo até aqui, e este é o jeito de saíres da adversidade. Se fizeres tua cama no inferno, ou no céu, Eu, no meio de ti, nunca te deixarei, nunca te abandonarei. Mesmo que sejas o ladrão preso na cruz, Eu te levarei comigo ainda hoje para o paraíso.
Não temas por efeitos, nem por condições exteriores. Eu, o Eu de teu Ser, sou a parte de ti que nunca nasceu. Eu te trouxe nesta experiência; Eu te conduzirei através dela; e Eu te levarei para a próxima experiência, até mesmo no fim do mundo.
Como tem estado contigo há tanto tempo e não Me conheces? Apesar de todo esse tempo, ainda não me reconheces como o Cristo, como Melquisedeque, como o Filho Espiritual? Quando prosseguires o suficiente, perceberás que Eu Sou Deus, o Pai, assim como Eu Sou Deus, o Filho. E então compreenderás a Unidade, porque sou Infinito, e não há poderes do mal. As imagens do mal, que vês, escutas, tocas, provas e cheiras, são feitas do tecido do nada, do tecido do hipnotismo, do tecido da sugestão. Não as temas. Elas não têm entidade, nem identidade, não têm ser real. Somente compreendas que são tecidas com ilusão mental – nada, na verdade – pois Eu dentro de ti sou o Único Poder e a Única Presença.
“Ama o Senhor teu Deus de todo coração, e a teu próximo como a ti mesmo”. Eu sou ele, e Eu, no meio de ti, sou o Eu no meio de teu próximo. Se realizas isso até o último dos teus próximos, é a Mim que realizas, porque Eu sou ele, tanto quanto sou tu. Portanto, se nada fizeste pelo menor dos teus próximos, foi por Mim que nada fizeste. O que recusaste a alguém, recusaste a ti mesmo, pois Eu sou o teu Ser e sou também o Ser do teu próximo. Eu, o Deus no Centro de teu Ser, sou Ele; Eu, Deus, sou teu próximo.
Eu Sou Melquisedeque. Tudo que tem forma deve honrar e pagar dízimo a mim. Eu Sou Melquisedeque, que não nasceu e que não morrerá. Eu sou o Espírito de Deus em ti, Eu sou tua Verdadeira Identidade. Eu sou a Verdadeira Alma do teu Ser, a Vida do teu Ser.
“Desperta, tu que estás adormecido“. Desperta, e quando despertares, verás a Mim como Eu Sou, e ficarás satisfeito com tua semelhança!
No caminho espiritual, fazemos uma transição da vida sob a lei para a vida sob a Graça. E então nos lembramos conscientemente que não estamos sob a lei. Isso significa qualquer tipo de lei: da medicina, de infecção, hereditariedade, teológica, punitiva pelo passado ou pelo presente, ou pelas faltas dos pais ou avós. Não vivemos mais sob as leis da matéria, não vivemos mais sob as leis da mente, não vivemos mais sob as leis da teologia. Vivemos sob a Graça.
Tua Graça me é suficiente em todas as coisas – Tua Graça, não dinheiro, não meu coração, fígado ou pulmões. Tua Graça me é suficiente em todas as coisas – saúde, sustento, companhia, liberdade, alegria, paz e domínio.
Por Tua Graça, não mais vivo sob a lei. Não mais vivo pensando por suprimento, porque os pensamentos de Deus são muito maiores do que os meus pensamentos. Eu vivo por todo pensamento que procede da Mente de Deus, por cada Palavra, que é a Graça. Eu vivo minha vida ouvindo a Voz suave, pequena e silenciosa.
Eu sou a Criança de Deus, herdeiro de Deus, co-herdeiro de todas as riquezas celestiais. Foi-me dado o Domínio sobre este corpo. Eu sou livre. Achei minha Liberdade na percepção da minha Verdadeira Identidade como o “Eu”. Como Filho de Deus, sou livre, e não mais vivo sob a lei da limitação, mas sob a Graça.
Como seres humanos, estamos no túmulo onde o Cristo permanece sepultado, e tudo o que o mundo vê é esse cadáver vivente no qual estamos sepultados. Dentro de nós, nessa tumba da humanidade, está o Cristo, e em certos momentos de nossa vida, que podem nos acontecer mesmo neste momento, uma experiência acontece, e então, pouca horas depois, olhamos no espelho e descobrimos que nossos olhos foram abertos:
Tenho sido limitado por um corpo finito e por uma conta bancária, circunscrito por suas dimensões. Mesmo minha fortuna era um túmulo no qual eu fui enterrado, mas agora Eu não estou mais lá, fui ressuscitado. Não mais estou enterrado no túmulo do corpo, nem estou sujeito às suas limitações.
Esta forma agora é um veículo para mim, assim como meu automóvel. E este dinheiro – isso também é uma ferramenta, um instrumento, um meio de troca, algo que me foi dado para usar.
Não mais estou no túmulo de minhas crenças: Eu ressuscitei. Não estou mais enterrado num corpo e nem num talão de cheques. Agora estou fora de tudo isso; essa coisas estão a meu serviço, ferramentas dadas a mim para o dia a dia.
Não tema andar sobre as águas do Espírito. Lembre-se que você pode até falhar, mas não há desgraça em falhar. A única desgraça é não tentar. Todo mundo tropeça um pouco ao avançar. Até mesmo Jesus Cristo esteve sujeito a tentações, até o último momento. Não se envergonhe porque tentações lhe assaltam. Tem que ser assim, que você tropece e caia, pois estamos sujeitos às tentações, porque cada uma delas nos fortalece em nosso caminho até que cheguemos ao Monte da Transfiguração, até “morrermos” e renascermos no Espírito, e assim também nossos discípulos, que se elevarão o suficiente para nos contemplar como realmente somos, em nossa pura perfeição espiritual, e mesmo na perfeição no corpo.
Pela Graça, alcançamos um ponto de transição, e então nossos amigos e parentes dizem “você mudou… Alguma coisa maravilhosa aconteceu em sua vida”.