- Oras bolas, eu não tenho ou não me submeto a qualquer sistema de crenças!
Mas que doce ilusão…
Eu não tenho ou sigo qualquer rotina…
Ingênua afirmação, pois para que afirma que não segue qualquer rotina já tem a rotina de não seguir qualquer rotina, isto é um padrão, não seguir qualquer rotina, o que aparentemente transfere uma sensação de liberdade.
A Lua orbita a Terra que orbita o Sol que “se levanta e depois se esconde todos os dias”, oferecendo todas condições para que floresça os mais diversos tipos de vida nesta linda “Estrela Azul”, que orbita o Sol há aproximadamente 150 milhões de quilômetros tendo uma ínfima oscilação, tudo harmonizado com a órbita da Lua, pois se a Terra se afastar mais um pouquinho do Sol do que deveria, adeus civilização atual, e não adianta blusa ou aquecedores, é nova era do gelo mesmo, já por outro lado se a Terra se aproximar do Sol um pouquinho mais do que deveria, não adianta aparelhos de ar condicionado, adeus civilização e bom bronzeado…
Aspiramos silenciosamente tanto por liberdade, não é?
Uma liberdade que até desconhecemos mas sentimos que ela existe, então nos colocamos a afirmar para nós mesmos e para os outros que somos livres, afirmamos como um mantra, quem sabe um dia podemos acreditar né!
Lembrem-se: água mole pedra dura, tanto bate até que molha….
Mas afirmações demoram para se realizar porque nossa parte racional nos sabota, por exemplo, eu olho no espelho e afirmo incessantemente que sou rico, sou rico, sou rico…. aí a voz racional nos fala:
Ah bonitinho, então você é rico né!
Olha o seu extrato bancário e se liga careca!
Com certeza sou rico, tenho vida, família e nada me falta, sim, com certeza sou rico, por favor, apaguem as linhas acima…
O papo é o seguinte galera, tenho uma notícia para vos dar que pode ser vazia para aquele que não ousa mexer em suas prateleiras mentais, reticente para aquele que está engessado pelo sistema ou pelos sistemas, e muito boa para aquele que aspira por ampliar sua perspectiva geral e evoluir, evoluir para o sem fronteiras e além, mais ou menos como diz o Buzz Ligthyear.
Mudando de assunto, você já se perguntou por que em um planeta tão rico, muitas pessoas passam fome?
Como conseguiram criar o desemprego com tantas possibilidades que existem… como já dizia o visionário e inteligente doutor.
Você já reparou que de um modo geral figuras proeminentes, famosas ou de muitas “posses” fazem de tudo e vão até as últimas consequências para se manterem naquela condição ou ainda em uma condição “superior”, com raríssimas exceções?
Já perguntou a si mesmo por que o mundo é assim com contrastes berrantes, onde uns vivem no luxo e na riqueza, outros na condição mediana e outros desprovidos de quase tudo?
Já se perguntou ainda por que muitos que vivem na riqueza, na fama ou no top do momento de repente se suicidam?
Ah, oras bolas, mais o importante é eu encontrar o amor da minha vida, não é?
Ganhar um bom dinheiro que me proporcione segurança, e viver feliz!
Afinal os outros são os outros, tenho a consciência limpa e fiz por merecer, pois se alguém está em maus lençóis está colhendo o que plantou; não seria esta a lei?
EU NADA TENHO HAVER COM ISTO!
SERÁ?
Relatividade
Se nos primórdios desta civilização quando “surgiu” o ser humano a situação fosse inversa quanto ao tamanho e força física do homem e da mulher, quero dizer, a mulher continuaria com suas características e o homem também, porém a mulher fosse mais alta e mais forte do que o homem, pois bem, deixo uma pergunta cabível:
– No momento de uma oração, nós diríamos Ó Deus Pai ou Ó Deus Mãe?
Imaginem se eu voltasse no tempo lá pelo século XVII e encontrasse um tátara tátara avô; eu falaria:
– Olá meu velho, como tem passado? Saiba que no futuro temos um aparelho que, basta ligar um botão e as pessoas falam dentro da nossa casa!
– Ah, existem pássaros de ferro que transportam pessoas pelo ar a mais de 1.000 km por hora.
– Já ia me esquecendo, já fomos à Lua…
– Ele provavelmente pensaria:
– Xíííí…! Ou este meu tátara tátara neto deve gostar de uma aguardente, ou ele está louco mesmo!
Mas aí, neste exato momento, eu, como que lendo os pensamentos dele, fizesse aparecer como num passe de mágica, uma TV ligada no bang bang e ao mesmo tempo abrisse a janela para ele ver um caça F-20 fazendo uns voos rasantes…
E como se ainda não bastasse, entregasse a ele, vídeos gravados na lua!
Eu estaria louco?
Hoje convivemos com todas estas “novidades”, o mundo evolui sem parar.
Nossa mente está afinada para entendermos o que possamos conceber, por exemplo, se o meu tátara tátara neto se materializasse aqui neste exato momento utilizando uma tecnologia que desconheço, ou vislumbro somente em filmes ou obras futuristas (o que me daria boa vantagem sobre o meu tátara tátara avô porque eu tenho acesso a possibilidades que ele não tinha na época dele), quero dizer que é mais fácil eu aceitar o tele transporte do meu tátara tátara neto do que o meu tátata tátara avô entender o que é um telefone celular que bate fotos e as enviam para alguém que está no japão, ou entender um avião supersônico…
Afirmo ainda que eu com todos este acessos que tenho, eu ficaria bem assustado com a repentina aparição do meu tátara tátara neto e procuraria uma câmera escondida, ou talvez poderia ser um bruxo?
É notado então que esta descrença do desconhecido é algo intrinsicamente ligado ao nosso íntimo mais profundo, pois quando vemos algo que não se encaixe em nossas consolidadas prateleiras mentais, negamos sumariamente!
No entanto existem muitas e muitas coisas que existem, mas não percebemos, e quando surge algo “novo” que desconhecíamos, ficamos irritados, desconfortáveis e começamos a negar.
Quanto a pergunta dentro do contexto colocado há pouco, diríamos: Oh Deus Pai ou Oh Deus mãe?
Continua…
Contém trechos do E-book Os Anjos da Távola quadrada.